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Supernatural

Foto do escritor: Marcos ViníciusMarcos Vinícius

Atualizado: 17 de fev. de 2021

O final da história de Sam e Dean, enfim, chegou

Sam e Dean (imagem da internet)

De que forma eu posso começar este texto, para falar a respeito de algo que esteve presente em minha vida durante 14 anos? Posso relembrar os grandes episódios? Ou os finais de temporadas marcantes? Ou os queridos personagens que a série soube fazer tão bem?


O problema é que é difícil mensurar algo, tão grandioso e importante, somente, em palavras. Mas tentarei, pois é para isso que tenho este site.


Como eu comentei, foram 14 anos em que acompanhei a jornada dos irmãos Winchester. O primeiro contato ocorreu quando eu tinha 13 anos e adorava varar a madrugada assistindo séries e filmes. Foi uma época bastante proveitosa, em se tratando de consumo de produções audiovisuais. Porém, eu não tinha gostos específicos, por isso, assistia, praticamente, tudo o que era transmitido. E, nesse processo, me deparei com muita porcaria que, felizmente, eu já nem lembro mais. Contudo, há o outro lado também, e, nesse experimento, certas obras me atraíram. E, graças ao universo, Supernatural foi uma delas.


Um muito obrigado ao SBT!


Não quero parecer o um velho saudosista, nostálgico (ainda tenho 28 anos), mas devo dizer que sou da época em que o acesso a certos conteúdos, ainda, se dava por intermédio da televisão. Já havia a internet (falo de 2006), mas a acessibilidade ainda era muito restrita. Eu só viria a ter contato com a internet quatro anos depois. Enfim...


E foi no popular SBT que eu conheci essa série, chamada Supernatural (Sobrenatural, no Brasil). À época, eu ainda não lidava bem com produções de terror, na verdade, qualquer coisa mais sombria me deixava assustado, com muitos pesadelos. Felizmente, isso passou.


Eu não recordo como me senti ao assistir pela primeira vez, mas, provavelmente, eu procurei evitar olhar. Foram vários episódios que fiz isso, ainda mais, pois, a série passava de madrugada. Era um verdadeiro desafio para eu ter que assisti-la.


Bem, de alguma maneira, eu consegui assistir a primeira temporada. Nada demais, foi o que pensei. Uma história de dois irmãos que, após a morte da mãe, são treinados/ensinados pelo pai a respeito de criaturas, monstros, entidades, enfim, todo tipo de ser maligno que inferniza as pessoas, e como fazer para matá-las.


Eu não tinha ideia de nada, pois ainda era muito novo, mas recordo de não ter ficado impressionado com Supernatural. Como exemplo, de algo que mexeu comigo, com mais força, cito Anos Incríveis, que era transmitido pela TV Cultura. Essa série, sim, era prazerosa em acompanhar. Até mesmo por eu estar na faixa etária que simpatizava com o que era contado.


Quanto a Supernatural, o que me atraiu foi, justamente, a dinâmica entre os irmãos, apesar de ser uma série de terror e suspense. Então, eu decidi ir adiante.


Depois do término da primeira temporada, tive que esperar, não sei quanto tempo, até o SBT adquirir os direitos da segunda temporada. Vejam só, isso foi em 2006. Não era como hoje em dia, onde é fácil acompanhar as notícias em vários sites que falam a respeito de quando sairá uma nova temporada e afins. Anos atrás, para quem não tinha acesso à internet, era um verdadeiro caminhar no escuro obter alguma informação.


Provavelmente, deveria ter, por exemplo, revistas que falavam a respeito, mas eu não tinha acesso.


Por isso, apenas, meses antes, quando as chamadas surgiam e, assim, descobria-se que voltaria a ter a exibição.


E foi assim. Eu assistia uma vez por semana, nas madrugadas, até que o SBT, em 2009, decidiu transmitir Supernatural em pleno horário nobre, às 21 horas, de segunda a sexta. Foi aí que, definitivamente, me tornei um apreciador da série.


Além da história


De fato, e, indiscutivelmente, o que fez (já no passado) Supernatural ser um fenômeno foi os irmãos Dean e Sam Winchester. Interpretados, respectivamente, por Jensen Ackles e Jared Padalecki, esses dois personagens – e atores, não tão conhecidos, até então – conseguiram trazer ao mundo personas tão reais, e construir uma sinergia tão forte que, palpavelmente, transcendia a questão profissional e ficcional. Era tão vívida a relação entre ambos, sincera, que, honestamente, era como se ambos fossem, realmente, irmãos.


Dean, com o seu jeito autodestrutivo, punitivo, furioso, medroso, mas, também, zeloso, debochado, brincalhão, família, era o oposto de Sam, que já era mais decidido, inteligente, astuto, sociável.


O equilíbrio gerado entre eles é estarrecedor. Um servia como complemento ao outro. No começo, Dean tentava trazer Sam a verdadeira vida dos Winchester. Caçar monstros. Já, Sam, tentava se desvencilhar desse estigma maldito, cravado em sua família.


Contudo, conforme a série avançava, os problemas entre eles - e em volta - foram para lugares diferentes. Das caçadas rotineiras, contra fantasmas, vampiros, lobisomens, bruxas e demais criaturas, das mais variadas mitologias, a série se focou em um tema mais preciso: céu e inferno. Anjos e demônios. Esse foi o pilar que conduziu toda a história até o seu final.


Ainda ocorria a inserção de infindáveis seres, mas a série sempre orbitava em torno de esses dois pontos.


Episódios ruins, furos no roteiro, ignorar ideias, antes, apresentadas. Supernatural fez isso várias vezes. Entretanto, por mais que incomodasse e desrespeitasse toda a mitologia criada, no final, apenas queríamos ver como Dean e Sam iriam lidar com os desafios intermináveis que não paravam de surgir em suas vidas. E é isso o que importa, no final. De que maneira esses dois irmãos seguiriam em frente, por mais que as suas vidas fossem cruéis e, por que não, injustas.


Chegou a hora de se despedir


Foram 15 anos. 15 anos foi o tempo que durou Supernatural. Foi o tempo que pudemos acompanhar duas jornadas (ou uma?) fantásticas, cheias de dor, tristeza, mágoa, rancor, desespero, ódio, angústia, mas, também, felicidade, esperança, alegria, amizade, amor.


O final, bom ou ruim, sinceramente, está além de essas duas palavras. O desfecho, por mais que tenha sido apressado, isso pouco importa, agora. Afinal, Supernatural fez jus ao direito de ignorar essa questão, meramente, técnica e estrutural. A sua importância é direcionada ao que ela foi capaz de construir, emocionalmente, a todos que puderam assisti-la.


Pois, esses dois irmãos conseguiram o incrível feito de nos manter ligados em suas vidas por tanto tempo, atraídos no drama que ambos geravam. Para quem teve essa singela oportunidade, é claro!


Para os que assistiram recentemente, tudo de uma vez, ou que começarão agora, lamento em dizer isso, mas não será a mesma coisa. Afinal, já acabou. Crescer e aprender, junto aos dois, não poderá ser replicado.


Supernatural foi um presente que tive o prazer de receber e, por mais triste que seja ter que se desfazer, esse momento seria inevitável. Apenas posso agradecer pela oportunidade em assistir uma obra maravilhosa, que não teve medo de arriscar, mesmo com decisões, às vezes, discutíveis. Porém, que soube, acima de tudo, o que sempre a motivava em querer continuar. A união entre dois irmãos que perderam o pai e a mãe e que, por eles, não podiam desistir.


Até mais, Supernatural...

Família Winchester (imagem da internet)

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