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Assistindo Sharp Objects

Foto do escritor: Marcos ViníciusMarcos Vinícius

Atualizado: 16 de abr. de 2021

Para quem imagina que o reflexo é a pior coisa, lembre-se da sombra que repousa ao lado

Sharp Objects (imagem da internet)

Lançado em 2018, pela HBO, Sharp Objects (uma adaptação do livro homônimo escrito pela americana Gillian Flynn) mostra a história de Camille Preaker, interpretada pela MARAVILHOSA, ESPETACULAR, SOBERANA Amy Adams.


A série possui algumas alterações na narrativa e na história (o que é de se esperar), porém utiliza-se de outros recursos (que o visual possibilita) para contar um pouco a respeito da protagonista e do mundo horrível em que vive.


Como já mencionado, a história gira em torno de Camille Preaker, uma jornalista depressiva, com sérias afeições pelo alcoolismo e que vive uma vida péssima - em uma mistura de autocomiseração com autodestruição. Em sua jornada, entendemos o porquê de ela ser da maneira que é; sombras passadas continuam a persegui-la, mesmo sem ser mais a menina que vivia na pequena Wind Gap.


Além da questão do alcoolismo, podemos ver a sua complicada (inexistente, para ser mais preciso) relação com a sua mãe, Adora Crellin (interpretada pela Patricia Clarkson). Ela tem um total descaso pela filha. Mas isso é explicado, por mais bizarro que possa ser.


E, talvez, a personagem mais instigante, pelo seu comportamento selvagem, é a meia-irmã de Camille, a jovem Amma Crellin (interpretada pela Eliza Scanlen).


A qualidade da produção é excepcional. O elenco é um ponto forte na série, com interpretações consistentes, fortes e precisas. E toda a questão do designer de produção também é um destaque. Para quem dá atenção a esse pedaço de uma obra audiovisual, sabe o quão essencial é sua função. É por meio dela que podemos acreditar na veracidade que o meio em que o filme ou a série se passa; contribuir com a narrativa, além de nos dar informações a respeito das personagens, e dar insinuações sensitivas e/ou emocionais de o momento em que a obra se encontra.


Em Sharp Objects somos jogados em uma cidadezinha interiorana e, até então, pacata (mas que mudou devido aos assassinatos que começaram a assolá-la) e moldada em torno de uma fazenda de porcos (pertencente à família da Camille). Há uma estética opaca, deprimente, cinza. O clima é triste, pesado. É como se uma névoa a deixasse submersa, afogada em um tormento eterno. Tudo isso só piora com a angústia que engole todos (ou quase todos) os moradores de Wind Gape. Há poucos sorrisos nessa cidade infeliz.

Em nossa brava protagonista, vemos por que Camille faz questão de não querer retornar até a sua cidade natal. Ela passou por muitas coisas ruins em sua infância que, inevitavelmente, causaram sombras em sua alma.


Particularmente, gosto de personagens sombrios, tristes, infelizes. E o que eu pude ver em Camille Preaker foi exatamente isso. Parece que para ela ter que viver é pior do que estar morta. A sua vida é um completo horror. Não há luz em sua alma. E isso é fantástico. Para Camille, nada importa ou tem valor (apenas o que perdera no passado).


Na história, Camille (que trabalha no jornal “St. Louis Tribune”, na cidade de St. Louis) é colocada (obrigada) a ir investigar uma onda de assassinatos que surgiu em sua cidade natal. É esse evento que leva a protagonista a retornar para sua terrível Wind Gape. Por ser de lá, Camille é escolhida para essa agoniante jornada. E a partir disso, Sharp Objects nos apresenta o seu enegrecido mundo.


Eu pude ler o livro também e, como toda boa adaptação, é impossível não haver alterações. E, aqui, obviamente, elas ocorreram. Contudo, não irei comentar delas agora. Deixarem para falar quando eu for escrever a respeito da versão literária. Porém, o único comentário que farei é: o audiovisual, quando bem utilizado, traz um resultado satisfatório!


Enfim, para quem tiver interesse em assisti-la, saiba de que se trata de uma série densa e, até mesmo, deprimente. Alcoolismo, depressão e assassinatos são alguns dos temas abordados na produção. Porém, a ótima narrativa, interpretações (e trilha sonora) podem amenizar esses aspectos que (para quem não gosta) são desagradáveis.


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