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Assistindo IZombie

Foto do escritor: Marcos ViníciusMarcos Vinícius

Atualizado: 16 de abr. de 2021

Uma protagonista divertida e engraçada, mas o resto nos motiva a ser um zumbi também

Brain juice (imagem da internet)

Série protagonizada pela carismática e talentosa atriz Rose McIver, teve a sua primeira temporada lançada em 2015 e foi finalizada em 2019, após cinco temporadas.


A série acompanha a vida da médica Olivia Moore (ou, apenas, Liv), interpretada por Rose, após ela ter sido transformada em um zumbi. Isso ocorreu durante uma festa em um barco, onde várias pessoas foram transformadas também. Depois disso, Liv deixa de trabalhar em um hospital e vai ser assistente de um médico legista. Mas há uma razão para isso. No universo de IZombie, os zumbis têm uma maneira para não serem o que a sua essência primordial obriga. E para não se tornarem agressivos e irracionais eles precisam, constantemente, comer cérebro humano. Isso os faz ficarem “calmos”. Por isso, Liv vai trabalhar em um necrotério, já que é mais fácil pegar os cérebros dos mortos.

Um ponto interessantíssimo que a série destacou foi a ideia de que, quando alimentado, os infectados recebem as memórias dos falecidos, assim como características de suas personalidades. Então, sempre que Liv come os miolos de um defunto ela meio que se transforma nele. Mas há algo mais.


O necrotério que Liv vai trabalhar fica em uma delegacia, ou seja, ela já aproveita para ajudar a polícia a desvendar os crimes, por meio das memórias das vítimas. A série é, basicamente, isso. Mas o mais engraçado é ver Liv assumir comportamentos variados. É o ponto alto da produção. E a Rose McIver é muito divertida.

Em IZombie, Rose pôde explorar várias facetas: engraçadas, depressivas, pervertidas, raper, enfim, uma salada que mostrou a capacidade dessa atriz neozelandesa.


Rose McIver e o resto


Contudo, apesar do carisma e talento dela, e de muitas cenas engraçadas que ela participa, o restante do elenco deixa muito a desejar. As atuações são fracas, para dizer o mínimo. Personagens chatos, que mal contribuem para o desenvolvimento da história. História, por sinal, que também é uma lastima. Os episódios que tratam, apenas, de resolver os mistérios são OK, mas, quando se dedicam a focar na trama central, vira uma loucura insuportável.


Não há uma conexão real entre as personagens, tudo soa forçado. Por exemplo, o relacionamento de Liv com Major (interpretado Robert Buckley) é maçante, artificial. E a série, para piorar, orbita entre eles até o fim.

Como, normalmente, acontece com séries que trabalham essa temática (mistério da semana a ser resolvido), os episódios, que repetem a mesma estrutura, cansam. De fato, é uma fórmula muito prática (para quem acompanha Supernatural vai entender o que falo). Porém, exaure a narrativa. Por se manter preso em uma mesma base, a série fica encaixotada em um ciclo constante, sem abrangência para outras maneiras de se contar a história.


No caso de Supernatural, pelo menos, temos personagens que quebram essa rotina. Porém, em IZombie, Liv não é forte o suficiente para fazer o mesmo. Uma pena.


E o final?

Então, não posso falar a respeito do fim da série, pois eu não assisti à última temporada e nem fiz questão de saber o que aconteceu. Afinal, o primeiro episódio (da última temporada) foi o máximo que eu consegui ver. E já foi o suficiente!

Gwen, nas HQs; Olivia na série (imagem da internet)

Adaptação dos Quadrinhos

Um fenômeno que vem acontecendo com bastante força nos últimos anos (de uns trintas anos pra cá, principalmente) é a adaptação de HQs para o audiovisual (filmes e séries). E IZombie não escapou disso. Para quem não sabe, a série também foi inspirada, mas com várias mudanças, em uma HQ. Nos quadrinhos, por exemplo, a protagonista se chama Gwen, mas ela não trabalha como assistente legista, mas, sim, como uma coveira. E as maiores alterações (que piorou muito a obra) foram: terem tirado o fato de Liv (Gwen) começar a esquecer de sua própria vida, por consequência de ter que comer os cérebros e a existência de outras criaturas, tipo: fantasmas e vampiros.


Poderia mais

Apesar da interessante abordagem dada ao tema zumbi, IZombie se perde (ou quis que fosse assim desde o início) em uma série genérica. O contexto fantástico é explorado pobremente. Há temas sociais que a série aborda, mas nada que já não tenha sido feito antes.


Aqui, não há uma dedicação ao designer de produção, a direção de fotografia e ao figurino. São comuns, entediantes. A estética é pragmática, sem elementos que a destaque de qualquer coisa que já tenha sido produzido. O interessante seria terem dado um aspecto mais icônico ao universo em que lida, mesmo que pudesse parecer caricato. Mas não. Ao invés disso, vemos maquiagens e vestimentas que mais parecem cosplays amadores. A peruca que Rose McIver usa é um negócio de louco! É muito ruim.


E, no final, tudo pareceu mais uma produção adolescente básica. Nem mesmo as transições em desenho, utilizando-se de uma estética quadrinesca, fizeram ela ser algo melhor.

Agora, para quem só assistiu (ou não) IZombie e quer ver outras produções em que Rose trabalhou, recomendo que assistam Brampton's Own (2018), Petals on the Wind (2014) e Brightest Star (2013). São produções menores, mas muito boas. Principalmente, se compararmos com os (três) tenebrosos filmes da franquia A Christmas Prince da Netflix (para ser honesto, o primeiro é legalzinho).

Para terminar, espero que Rose McIver se dê melhor na nova série que irá estrelar, chamada Ghosts. Será uma produção de comédia e terror (o que me agrada muito). Tomará que possa trazer mais de o seu grande talento, pois ela é boa demais para ter que ficar em produções fracas.


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