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Assistindo a série Punisher (1º e 2º temporadas)

Foto do escritor: Marcos ViníciusMarcos Vinícius

Atualizado: 22 de mar. de 2023

Frank Castle é capaz de tudo, até participar de uma série mais ou menos

(imagem da internet)

Pois é... Nada melhor do que um personagem bom, interpretado por um excelente ator, mas largado em uma série fraca, totalmente oposta ao que é o personagem. Então... Punisher foi uma dessas produções que conseguem estragar um universo rico, deixando o seu protagonista perdido na própria essência.


Quando Jon Bernthal apareceu na segunda temporada do Demolidor todo mundo ficou boquiaberto pela forma que ele deu vida ao Punisher. E olha que isso não é algo fácil, tendo em vista as demais interpretações feitas dele: todas péssimas. Mas Jon conseguiu dar a vida que Frank Castle exige de quem for interpretá-lo. Tanto que ele roubou o protagonismo do Demolidor no próprio seriado. E foi isso que fez surgir a própria série dele.


Mas nem tudo são flores...


No caso de adaptações (quadrinescas ou literárias), o problema acontece quando os envolvidos — na produção que for — não entendem ou não estão nem aí com a essência do personagem e acabam desvirtuando tudo. No caso da série do Punisher, ainda há violência, cenas fortes e tal, mas só isso não garante absolutamente nada. Mesmo com Jon mantendo uma interpretação excelente de Frank Castle, toda a história contada é chata, cansativa, arrastada; e os demais personagens pessimamente interpretados, irrelevantes, caracterizados porcamente (refiro-me ao Jigsaw, especificamente), e insuportáveis. É bizarro ver como muitos ali têm mais tempo de tela do que o próprio Frank.


A primeira temporada é mediana para baixo. Ela começa com Frank após ter aniquilado os membros restantes das gangues que ele perseguia (como foi mostrado na segunda temporada do Demolidor). Até aí beleza. Mesmo sendo tosco ele abrir mão do manto do Punisher (tm até uma cena de ele queimando a caveira...). Após ter terminado de se vingar, Frank passa a trabalhar em um canteiro de obra. Ainda tentando tirar a angústia que há em seu corpo, ele busca engolir todas as porcarias que existem em si. Mas é mais difícil do que parece.


Eventos específicos o fazem voltar à ativa, mas de uma maneira diferente.


Essa primeira temporada é tão pragmática que chega a irritar. Ao responsável (ou responsáveis) que teve a estúpida ideia de alterar a essência do Justiceiro, dou a mão à palmatória. Ter que ver Frank Castle chorando, tendo diálogos filosóficos, é revoltante. Não que eu quisesse só violência, mas que mantivessem o que fora apresentado no Demolidor, assim como toda a estética do que é o Punisher. Em vez de um cara chorão, renegando a própria existência do Justiceiro. É insuportável essa ideia de que é preciso haver uma construção mais aprofundada para que justifique as ações de determinados personagens. Vejam só: Frank perdeu a família num tiroteio de bandidos e a partir disso ele procura matar a todos que ele considere um bandido. Pronto! Era só manter isso. Não precisavam retirar esse aspecto após ele ter conseguido vingança, e fazê-lo refletir e sofrer filosoficamente. Construíssem toda uma situação em volta dessa temática, com Frank seguindo em frente igual a um tanque desgovernado. Nem todo mundo tem que ser bom!


O Punisher é uma linha cruzada. Algo que já se partiu. Que não há volta. Se queriam dar humanidade — ou qualquer outra palavra — que fizessem isso com outro personagem. O Punisher tem outra aura a se entender e discutir.

Segunda Temporada


A segunda temporada é ruim. Não tem muito que fazer quanto a isso. Ainda mais com a presença de um “Jigsaw só que não”. Outro desperdício feito pela produção.


Frank vive como um andarilho, após ter sido perdoado (pelos crimes) no final da primeira temporada. Pois é... Mas ele volta para a ação ao se envolver com uma garota que estava sendo perseguida. Frank meio que se torna o protetor dela e passa a acompanhá-la. Essa interação de ambos é válida; e um outro personagem, o fanático John Pilgrim, são os pontos “altos” da temporada, mas todo o resto é um baita de um pé no saco.


Personagens mal explorados (como o próprio John Pilgrim); diálogos intermináveis e cenas inúteis. É uma avalanche de enrolação e perda de tempo; assim como a trama central que não empolga, é fraca.


A concepção dada ao Jigsaw é pífia, e a caracterização dele é mais ainda. Nem dá para compará-lo com a versão dos quadrinhos.


O Punisher é um dos personagens, desse mundo de super-heróis, anti-heróis e vilões, que eu mais gosto, junto ao Batman e ao Joker. E foi um deleite ver uma versão tão forte na tela, como a que foi apresentado no Demolidor. Mas uma decepção vê-lo largado na própria séri, pois havia tanto potencial para se fazer algo épico e diferente. Talvez da mesma maneira que foi abordado o Joker em seu filme solo (2019): como o antagonista que é. Porém, ainda há esperança de que Jon Bernthal volte a trabalhar em alguma produção futura da Marvel. Os direitos do personagem voltaram à empresa, ou seja: há grandes possibilidades de isso acontecer. Contanto que não seja de uma maneira leviana, porca, pode ser uma boa. Se bem é a Disney...


Mesmo as duas temporadas sendo fracas, digo que vale a pena assisti-las. Ainda mais pela ótima interpretação feita pelo ator Jon Bernthal. É ele quem “salva” as temporadas. Apenas vá com a certeza de que estará assistindo outra coisa, que tem o nome de Punisher, mas que não é ele


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