Praia, areia, mar e Natsu Summer
Mais um texto a respeito dessa grande artista. Agora, falando sobre outro dos álbuns dela. Lançado um ano após Hello, Future Day, Natsu Summer & Dub Sensation (2018), deixou de lado os sintetizadores (um pouco) e resolveu abraçar as praias de vez. Toda aquela pegada eletrônica está bem reduzida aqui, o que me foi válido. Essa “mudança” na sonoridade se mostrou eficaz, uma vez que trouxe um frescor muito mais do que bem-vindo.
Ainda prefiro o primeiro álbum, mas esse também é fantástico.
O álbum possui 7 músicas (5 se não considerarmos a primeira e a última, que são curtinhas) e todas são excelentes. Há uma estética bem clara nelas. Todas buscam trabalhar essa ideia quase que havaiana. A ambientação é bem explícita quanto a isso e as músicas são muito divertidas.
Tem a presença da guitarra também, assim como uma nova função aos teclados (até mesmo a de órgão). Aliás, esse álbum inteiro me lembra uma música lançada pelo duo japonês Every Little Thing. Ambas, de certa forma, têm a mesma essência.
Voltando a Natsu Summer & Dub Sensation, o que mais me agradou foi essa sensação de veraneio que há. Essa rapidez que o álbum traz, talvez, tenha sido o responsável por essa percepção. É como uma brisa suave, leve, refrescante, despreocupada, que vem com o intuito de levar embora o insuportável calor, que tende a deixar todos mal-humorados. Talvez a brevidade seja um acalento disposto a trazer momentos agradáveis, de calmaria e devaneio. Sem querer cansar, a intenção é curativa, tranquilizante.
E é muito satisfatório ver que há artistas interessados em criar obras diferentes, saindo de uma mesmice chata. Eu já mencionei isso no texto anterior, mas volto a ressaltar, pois, por gostar de j-pop, às vezes me cansa ver tantas bandas/artistas soarem parecidas, para não dizer iguais. E a Natsu Summer é uma das poucas originais (que eu conheça) que trouxe algo novo, próprio. E olha que já ouço j-pop há mais de dez anos, initerruptamente.
Esse é um álbum enxuto, mas que é preciso, direto. Não fica perdendo tempo com músicas genéricas nem semelhantes. A voz da Natsu continua doce, prazerosa, encaixando-se perfeitamente nas composições, que são sutis, tênues.
Assim como Hello, Future Day, Natsu Summer & Dub Sensation traz uma identidade reluzente sem pender para lados conflitantes. E o resultado disso só poderia ser uma primazia de disco.
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