J-pop futurista com um pouco de verão
Em uma das minhas buscas no mundo fonográfico japonês, em meados de 2000 e alguma coisa, deparei-me com uma singela cantora: Natsu Summer. Essa bela japonesa, de voz doce, foi uma grata descoberta.
Hello, Future Day é um passeio pelos synths, mas com uma pegada fresca, tropical, oceânica.
Lançado em 2017, foi o primeiro álbum dela, com 8 músicas que giram em torno do sintetizador/teclado, mas sem expandir demais. Há um certo groove também, o que é bem curioso, afinal, não é uma mistura que vejo muito na indústria japonesa (se bem que o Every Little Thing tinha isso).
A voz da Natsu é um ponto a se destacar. É limpa, macia, infantil (positivamente). Ela se encaixa com essa pegada tecno praiana.
O resultado disso é um disco agradável de se apreciar. Há uma camada suave, refrescante, que não cansa os ouvidos. As canções são leves, simpáticas, confortáveis, dançantes, calmas, mantendo-se em um caminho único, sem destoar uma da outra.
Particularmente, por consumir j-songs há muito, muito tempo, vejo na Natsu uma originalidade rara. É claro que digo isso dentre os artistas que conheço. Mas, mesmo que seja uma vertente musical comum ou em alta no Japão, ela, ainda assim, é uma artista a se pontuar.
E essa vibe caribenha, posso dizer, que transita no álbum, junto ao tecno, é muito peculiar. Nunca tinha ouvido nada parecido — no Japão e em qualquer outro lugar. Normalmente, vemos o dubstep ou o synth oitentista em primeiro plano. Mas não é o que ocorre em Hello, Future Day. Aliás, não há dubstep nem synth oitentista (tradicionalmente, posso dizer). O que ela criou é algo bem particular. Verei se encontro mais cantoras nessa estética.
Natsu Summer (que pode ser traduzido como: Verão Verão) tem mais dois álbuns e um EP (falarei em breve de algum deles).
Apesar de tantas bandas e artistas que surgem no Japão, felizmente há novidades bem-vindas, que saem de uma mesmice insuportável que existe por lá. E Natsu Summer me soou assim. Não é burocrática nem genérica. A intenção dela é trazer algo idiossincrático sem o comum em volta. Ou seja: músicas boas!
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