Banda retorna, após 8 anos, com mais um grande álbum
Lá em 2013, quando recebi a notícia de que Brian “Head” Welch estava de volta ao Korn, senti que uma parte, especial e única, da banda, estava sendo reposta a um lugar que jamais deveria ter sido deixado. Entretanto, o êxtase da notícia não condisse com o álbum que a banda lançaria no mesmo ano. O disperso e fragmentado The Paradigm Shift (2013).
Mas, na verdade, o deleite estava apontado para a direção errada.
Brian já vinha de uma inconstante carreira solo. Felizmente, isso não significou nada e ele, e com a banda Love and Death, lançou o excelente, excelente mesmo, Between Here & Lost (2013). Muito superior a tudo o que o Korn tinha feito desde a saída dele, em 2004.
Com isso, Brian demonstrou que detinha grande parte da capacidade criativa da sua banda original. Tanto que, tirando The Paradigm Shift, em que ele meio que já pegou o barco andando — um barco eletrônico de merda! — os dois álbuns seguintes, The Serenity of Suffering (2016) e The Nothing (2019) foram mais coesos e bons e/ou regulares.
Agora, em pleno 2021, e em meio a essa droga de pandemia, não é que o cara — e a banda — lança outro álbum incrível. E digo mais: melhor do que tudo o que o Korn fez posterior a saída e volta dele.
Em Perfectly Preserved, há muito do Korn, mas para um direcionamento mais decidido e menos genérico. Enquanto o Korn fica dando voltas em si, em vez de voltar ao que era, Love and Death parece saber bem o que é e para onde quer ir (e isso com apenas 2 álbuns). Esse álbum, inclusive, parece um espectro bom do que The Paradigm Shift poderia ter sido (se é que isso faz sentido). Tem uma pegada que me faz lembrar. Enfim...
Com a participação de JR Bareis (guitarrista da banda desde 2013) nos vocais, a banda trouxe uma suavidade em relação aos gritos e peso na voz de Head, casando bem com o membro do Korn. JR, inclusive, tem uma voz bastante harmônica.
No som, o peso, mais do que bem-vindo, continua, ao mesmo tempo em que há uma melodia amena. E, principalmente, é sentido toda a essência de Head nas composições. E, assim como ocorre no Korn, por se tratar de composições tão pessoais, é notória toda a carga que as músicas carregam. E o resultado presentou pela demora, apesar de ter levado 8 anos para ter mais um lançamento. Espero que ocorra o mesmo com o Crosses (só divagando...).
Há algumas participações especiais no álbum. Mas, sem dúvida, a melhor é da vocalista Lacey Sturm (ex- Flyleaf). Para quem não conhece, é uma banda de rock alternativo. Apesar de um pouco comum, vale a pena.
Hoje em dia, pelo que sei, a banda se encontra em hiato, após a saída de Kristen May (vocalista), em 2016.
Love and Death, com certeza, pela proximidade que há com o Korn, agradará aos fãs da banda comandada por Jonathan Davis. E, principalmente, por mostrar que Head é peça fundamental para os pais do new metal continuarem em frente.
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