Além do universo, a beira do abismo. Diante à atmosfera, com olhos para o infinito. Um mundo folclórico, que cruza um paralelo lírico. Sofia Sarri e sua música mística
Sofia Sarri, essa magnífica artista grega, pôde apresentar ao mundo, em 2017, um álbum tão instigante, quanto brilhante. Com o soberbo nome de Euphoria, essa obra, de 9 músicas que beiram o literário, foi capaz de construir um dos melhores discos (que pude ouvir) nos últimos anos, ao soar de forma extraordinária.
A sonoridade, ora complexa, ora... Divertida? É uma verdadeira aventura a se explorar. Não sei se é uma estética vigente na Grécia, ou em países próximos, mas a sua obra é bem peculiar. A sua voz flutua em camadas obscuras, fantasiosas, impermeáveis, ocultas. E as músicas são universos próprios, idílicos.
Kira Kitana, Still Universe e The Moon são incríveis, além do eterno. Há uma bela densidade nelas; são enegrecidas, mágicas. De longe, considero as melhores do álbum.
Roller Coaster Blues tem uma aura mais intimista, isolada, com mais destaque na poética voz de Sofia, que desfila tanta delicadeza e solidão. Cuckoo chega a ser divertida – principalmente pelo nome -, se não fosse por sua letra. Em Fire, Sofia expõe toda a sua sensualidade por meio de uma energia visível que não aceita ser ignorada.
Ingen Vinner Frem Til Den Evige Ro vem ao surgir das sombras, banhada pela luz de uma lua distante, no abraçar de uma noite fria, engolida por uma paz triste. Ao final, somos apresentados a Ο Λύκος (o lobo), um belo conto folclórico, imerso na quietude chorosa de uma floresta finita ao apagar de nossas vidas.
Sofia Sarri é perfeita!
Antes de finalizar, preciso dizer que, atualmente, Sofia está, também, na banda ARAC (instagram: @arac_ensemble). Para quem já a conhece, ou vier a conhecer, aguardemos ansiosos o lançamento do álbum deles (inclusive, os vocais já foram finalizados).
E que a grande Sofia Sarri continue em demonstrar toda a sua magia e poesia, com belas músicas, abençoadas por sua voz divina.
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