HQ traz o que há de melhor do Punisher
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Violência, mortes, brutalidade. Essas palavras representam, um pouco, essa agressiva HQ. Lançada pela Panini, com um acabamento de ótima qualidade, essa graphic novel é mais uma, dentre as várias, que a editora lançou, nos últimos anos, sobre esse icônico personagem.
No Princípio é roteirizado pelo célebre Garth Ennis, que, entre as contribuições dele, é lembrado por ter criado, ao lado de Steve Dillon, a série de quadrinhos Preacher.
Na história, vemos Frank Castle desde antes da morte dea família, durante a Guerra do Vietnã, em que já há indícios de que a violência e o caos são partes da existência dele.
Como não podia deixar de ser, a obra é bem violenta, com cenas pesadas e explícitas. Há carne voando pelos quadros, cheias de vísceras e sangue.
Após essa apresentação de Frank na guerra, acompanhamos ele no presente — já um velho. Ele é um exército ambulante que destrói tudo o que surge no caminho. Frank ainda não perdoa os criminosos após ter sua família morta por eles. E a filosofia dele é bem clara: qualquer bandido é um alvo a ser aniquilado. Inclusive, os que estão ao “lado” dele.
Frank ainda elimina os mafiosos, que mal conseguem prever os movimentos dele. E, apesar da idade, ele se mantém extremamente tático e ágil, sem dar chances aos inimigos.
A estética da HQ é bem densa, sombria, com uma carga pesada bem-vinda que o Justiceiro exige. A arte é bem eficaz e transpõe com excelência o clima deprimente (mas bom) que a história passa.
Já a narrativa é simples, sem se utilizar de recursos mais criativos, mas cumpre o necessário. Afinal, o que mais importa é ver a jornada de Frank em busca de vingança e arrebentando com todo mundo.
No Princípio é uma obra fantástica, que soube trazer bem a essência de Frank Castle. Sem espaço para sorrisos e pirulitos, toda a graphic novel é um passear pela vida infernal que esse personagem carrega nas costas. Sem dúvida, obrigatório na estante de qualquer fã de quadrinhos, ainda mais para quem gosta do melhor anti-herói que há. Melhor personagem da Marvel, na verdade.
Adaptações Fílmicas do Justiceiro
Para quem não sabe, já houve três produções fílmicas do Justiceiro. O primeiro foi The Punisher (1989), protagonizado pelo rival do Jean-Claude Van Damme, Dolph Lundgren. Esse filme eu não assisti e acredito ser melhor manter assim.
O filme seguinte é o terrível — com o mesmo nome, inclusive — The Punisher, que saiu em 2004, protagonizado por Thomas Jane e com John Travolta como vilão. Esse filme é tão ruim, mas tão ruim, que Thomas Jane chegou a produzir um curta, em que voltou a interpretar Frank Castle, para tirar o gosto podre da boca. Esse curta é muito bom, bem diferente da porcaria de 2004.
Ainda há Punisher: War Zone (2008), estrelado por Ray Stevenson. Esse até que é assistível, mas ainda deixa muito a desejar. Mas, pelo menos, tem um Jigsaw melhor do que o da série.
E, por fim, tivemos a presença do Justiceiro em séries. Primeiro, apareceu na do Demolidor (na segunda temporada). Interpretado por Jon Bernthal, essa versão, sem espaço para contrariedades, é a melhor adaptação feita para o audiovisual. Tanto na questão de interpretação, executada com excelência pelo ator, quanto na aparência, essência e aura. Apesar de Jon ser baixo — ele tem por volta de 1, 80 de altura — para o personagem, conseguiu trazer bem a persona do anti-herói. A participação dele com o Demolidor foi tão expressiva — ao ponto de se destacar mais do que o personagem que dá nome à série — que chegou a ganhar a própria. Falarei dela em breve, mas já adianto que não souberam aproveitar o personagem e o ator.
Ótimo início para se conhecer o Justiceiro
No Princípio é uma excelente porta de entrada para o mundo de Frank Castle. As histórias contadas expõem bem quem ele é e até onde está disposto a ir. Mas para quem quiser saber mais, leiam as outras publicações lançadas pela Panini. O único problema é o preço, que deve ser capaz de afastar, até mesmo, o impiedoso Frank.
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