Personagem mostra do que é e pode ser capaz
![](https://static.wixstatic.com/media/e56788_c31830a53c434df8804d88cc1459b26a~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_1365,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/e56788_c31830a53c434df8804d88cc1459b26a~mv2.jpg)
Recentemente, houve a adaptação da Caçadora para os cinemas, no fraco filme Birds of Prey and the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn (2020). Longe do que ela é, de fato, vimos uma personificação torpe, nas mãos da excelente atriz Mary Elizabeth Winstead. Porém, em Caçadora: Sede de Sangue, graphic novel que traz a história originalmente lançada em 2000, em uma minissérie em 6 partes, sobre a origem dessa personagem peculiar, em um belo mergulho na vida dela.
A Caçadora estreou em uma edição especial de Origens Secretas, sendo: DC Super Stars 17 (em dezembro de 1977). Ela foi criada por Paul Levitz, que, olha só, viria a se tornar Editor e Presidente da DC; e pelos artistas Joe Staton e Bob Layton.
A Caçadora, primeiramente chamada Helena Wayne, apareceu sendo a filha de Bruce Wayne e de Selina Kyle (Mulher-Gato), ambos da Era de Ouro, da Terra Dois. E ainda dentro dessa realidade alternativa da Terra Dois, a Caçadora iria atuar em parceria com a Sociedade da Justiça da América em All-Star Comics 69, e passaria a integrar a equipe na edição 72.
Porém, devido à popularidade da personagem, posteriormente ela apareceu mais em histórias solos, como Batman Family e Wonder Woman. Contudo, após os eventos do famoso arco Crise nas Infinitas Terras, a Caçadora teve a origem alterada e se tornou Helena Bertinelli, a única sobrevivente dos Bertinelli, após a família ser morta. Ela, então, passa a lutar sozinha contra o crime organizado. Essa nova Caçadora surgiu em 1989, em The Huntress, e também foi coadjuvante nas HQs do Batman durante anos.
Entretanto, em mais uma renovação feita pela DC, foi revelada que Helena Bertinelli era uma falsa — das várias — identidade usada por Helena Wayne. Em World’s Finest (2012-2015), a Caçadora e a Poderosa estão aprisionadas na terra principal do Universo DC, após o vilão Darkseid destruir a Terra Dois.
Mas, em Sede de Sangue, a história inicia com a Caçadora, que trabalha como professora nas horas “vagas”, querendo vingar a família dela, enquanto precisa tomar cuidado com o Batman, que não gosta dos métodos usados por ela.
Na HQ, Helena é acusada por cometer alguns assassinatos. Mesmo com o Batman n encalço dela e a tensão gerada entre o vigilante e a Caçadora, Helena afirma não ser a responsável — apesar das provas indicarem o contrário. O ponto alto dessa situação ocorre quanto Helena aparece em uma cena, em que aconteceu um crime, e é surpreendida pela polícia. Na fuga, ela acaba cercada pelo Batman e o Asa Noturna. Após disparar uma das flechas dela e atingir o Batman, Helena é atacada pelo Asa Noturna, caindo do prédio no mar. E é aí que vemos o Questão entrar em ação!
Questão é um dos meus personagens favoritos da DC e vê-lo em uma HQ é gratificante. Ele aparece antes em Sede de Sangue, mas se torna parte essencial da história a partir do ponto mencionado anteriormente. É ele quem resgata Helena e a leva até o mentor dele— em um lugar distante — chamado Richard Dragon.
Richard é quem orienta Helena a se reencontrar, auxiliando-a na transição de espírito dela. Questão, que se chama Vic Sage, diz ver algo a mais em Helena, que nem o Batman foi capaz. É ele quem dá um voto de confiança a ela, contribuindo com o plano que ela irá executar.
Pontos positivos e negativos
O roteiro de Greg Rucka, o desenho de Rick Burchett e Terry Beatty, e as cores de Tatjana Wood são satisfatórios. Os traços limpos e simples não atrapalham a narrativa. O texto é comum sem grandes falas ou reflexões, mas como ele trabalha em sinergia com as imagens, é o suficiente para expor as personalidades das personagens e o enredo. Já as cores chapadas, em sintonia com o traço, completam-se, mas não saltam aos olhos.
Porém, há uma escassez de detalhes nos quadros. O fundo, por exemplo, ou é preenchido — quando há preenchimento — por uma cor única ou , quando há figuras, são tomadas por desenhos que mais parecem esboços. Isso dá, como falei, uma limpeza aos quadros. Entretanto, esses “rascunhos” soam desleixados, quase descompromissados. Poderiam ter tido mais primazia na execução.
A HQ é curtinha, mas consegue contar a história sem maiores problemas. Inclusive, no final, há uma antiga da Helena da Terra Dois se tornando a Caçadora. É bacana lê-la.
Por fim, Caçadora: Sede de Sangue é uma ótima graphic novel, com uma boa trama e uma narrativa eficaz. Para quem quer conhecer essa personagem tão rica, indico essa HQ. Você não se arrependerá em ver até onde Helena Bertinelli é capaz de ir para conseguir a vingança dela.
Comments