O violino dançante de Lindsey Stirling
Eu sempre tive a impressão de que certos estilos/gêneros musicais são mais fáceis de serem aceitos pelo público de uma maneira geral. Não digo se é ruim ou bom, mas, apenas, de que são mais suscetíveis em transitar por preferências diversas. Pois bem...
O violino não é um dos instrumentos que mais vemos em bandas ou artistas pop (refiro-me ao mainstream). É claro que estou dando o meu ponto de vista limitado sem ter um conhecimento profundo a respeito do cenário musical. Mas tenho certa idade e vivência consumindo música, por isso, comentarei a respeito.
Quando direciono o meu comentário ao violino, especificamente, quero dar atenção ao fato de ser um instrumento de aspecto mais “culto”, de caráter mais erudito. É claro que isso não significa que não possa ser utilizado em qualquer tipo de música (estou deixando de lado as obras de caráter sinfônico que a tem comumente). Porém, normalmente, ele é utilizado como uma espécie de suporte ao restante da música. Um toque de sofisticação.
De qualquer maneira, o ponto é: fazer o violino ser o PROTAGONISTA, em junção com uma pegada pop (aí sim, refiro-me ao som) é um feito inacreditável. E o que a Lindsey Stirling fez foi exatamente isso. Essa exímia violinista tornou um instrumento coadjuvante em um personagem vivo. E ainda adicionou a dança no meio!?
Eu sei que ela é EXTREMAMENTE carismática, mas, apenas isso, não é resultado para nada.
Para quem não a conhece, Lindsey é uma violinista (cantora, compositora e dançarina) americana, que faz músicas em uma mistura de dance-pop, dubtesp e música clássica, mas com o violino sendo o elemento principal.
Até o momento (dezembro de 2020), ela já lançou 6 álbuns (um ao vivo). O último, até então, foi o Artemis, de 2019. Alguns, inclusive, contaram com participações a se destacar. Lzzy Hale (vocalista do Halestorm) emprestou a voz em Shatter Me. E Amy Lee (vocalista do Evanescence) participou em Love Goes On And On.
Por ser uma nerd (felizmente) ela costuma trazer referências desse universo para o trabalho dela. Seja nas composições, nos clipes ou nas belas vestimentas que usa. E tudo isso só contribui para o maravilhoso trabalho que ela faz.
Mas vamos falar de suas músicas
Elas são enérgicas, vibrantes, altas, mas, também, há as mais leves e suaves. Essa mistura (doida?) que ela fez criou obras tão belas, grandiosas, imponentes, algo que, justamente, o violino é capaz de proporcionar. Elas funcionam tão bem; há uma sinergia fluida. Não há elementos desconexos, utilizados forçadamente (tipo quando o Korn inventou de fazer o The Paradigm Shift, em que tudo soa estranho e disperso).
O diferente que ocorre nas músicas da Lindsey Stirling é que há uma pureza verdadeira nelas. Parece que ela encontrou o equilíbrio perfeito.
Cada música é uma história a ser ouvida. Mesmo sem letras (apenas algumas têm) é possível construir mundos por meio do instrumental. Elas não se prendem na inequívoca impressão de que, apenas, as letras transmitem algo. Muito pelo contrário. Aqui, é possível ver a força que uma artista tão criativa é capaz de mostrar. Desde momentos circenses ou burlescos. Medievais ou piratas. Fantásticos ou contemporâneos. Há uma maravilhosa salada.
Agora, é de se destacar as coreografias. Elas são excepcionais. Ser capaz de dançar, ao mesmo tempo em que se toca violino, não é para qualquer um. O mais incrível é que ela faz parecer fácil (apesar de saber que ela praticou muito).
São divertidas, bem ensaiadas, com grandes dançarinos e dançarinas em volta que trazem um resultado primoroso. Dê uma olhada em alguns dos clipes. São verdadeiras obras de arte. Ela parece que saiu de um livro de fantasia!
Infelizmente, por causa da pandemia da COVID-19, Lindsey (assim como todos os demais artistas) teve que cancelar a turnê que, inclusive, viria ao Brasil. Mazelas da vida...
Lindsey Stirling é uma das minhas artistas favoritas. A cada álbum que sai parece que as músicas ficam melhores (nesse quesito, ela me lembra o Deftones).
Espero que ela continue com essa energia tão boa que tem. E que o belo sorriso dela ainda possa fazer outros mais refletirem o mesmo.
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