O primeiro passo pode ser difícil, mas é a partir dele que conseguiremos criar nossos mundos
Quando eu decidi estudar Jornalismo não fazia ideia de o porquê seguir essa carreira. Eu já não era mais um adolescente, porém ainda estava perdido a respeito do que fazer com a minha vida. Nos 4 anos de faculdade, eu me mantive firme em um abismo infinito, vazio, sem nenhuma ideia a seguir. Então, igual a todo bom indeciso, após me graduar, resolvi fazer uma especialização, uma Pós-graduação em Cinema, para ser mais preciso. Pois é! Se o Jornalismo já é difícil, tentar algo no audiovisual não ajuda muito. E com isso, foram mais 2 anos de estudos e aprendizado — bem aproveitados, devo dizer. Mas isso quer dizer que eu, finalmente, havia encontrado o meu caminho? O que eu queria fazer? Sim... E não. Afinal, quem dera fosse fácil assim.
Por que digo isso? E o que isso tem haver com a arte de escrever? Simples! Para mostrar que, tão árduo é nossa vida e o que iremos fazer com ela, é a construção de uma história. Não me refiro aos textos de aspectos, digamos, mais breves ou curtos. Sem desmerecê-los, muito pelo contrário. Porém, refiro-me à escrita de obras em que é necessário, mais do que tudo, paciência, força e dedicação. Seja para escrever um roteiro de um longa-metragem, com 120 páginas, ou um romance de 400 páginas.
No momento em que este texto for publicado, estarei perto de finalizar a escrita do meu primeiro manuscrito. Devo dizer que está sendo um feito que jamais imaginei alcançar. Então, ele vai ser publicado? Não sei. Conseguirei vivenciar uma carreira literária? Não faço a mínima ideia. Porém, aquilo com a qual eu mais sonhava se tornou realidade: eu estou podendo escrever uma história. E isso, para mim, já basta.
Não estou aqui para indicar métodos eficazes que farão você se tornar o melhor escritor do mundo. Apesar de eu já ter lido algumas obras excelentes. Apenas te digo: por mais que você estude, leia vários autores, isso não fará você começar a escrever, muito menos chegar ao fim. Algo dentro de você é que irá despertar essa vontade. Algo que somente você sabe o que é.
Como comentei, pude ler alguns livros (deixarei os nomes ao final do post) que me ajudaram a entender como estruturar e dar forma a uma história (se está ficando bom, bem...); mais as duas faculdades que pude fazer. Mas, honestamente, o que me motivou (sei lá por quê) a TENTAR escrever foi o meu estado emocional. Não digo para você esperar entrar em algum tipo de nirvana ou algo semelhante. Escritor é uma profissão e não se vive de poesia e luz. Precisa pôr a mão na massa todos os dias, bem ou não. Contudo, procure enxergar como você se encontra e, ao menos, TENTE pôr isso no papel. Não se prenda a ideias mirabolantes. Procure pôr você na ponta do lápis (ou no teclado). Sim, eu sei que nem todo mundo pensa assim e que a ideia é contar histórias, mas essa foi a maneira que eu consegui.
Escrever, escrever e... escrever
Não pense que não valerá a pena ou que é perda de tempo. Isso é mortal para alguém que almeja ser um escritor (também me refiro a roteiristas). A paciência se tornará a sua aliada. Traga a sua história à vida, para fora da sua cabeça. Como você fará para torná-la conhecida? Um sucesso? Uma referência? Deixe para depois. Pense nisso depois. Afinal, nem tudo são flores na vida. Porém, não se permita desistir, antes mesmo de tentar, pois, posso te garantir: lá na frente, quando a única saída for apenas poder olhar para trás, a frustração por não tentar será maior do que achar que não teria valido a pena e sequer ter falhado.
LIVROS PARA LEITURA
Oficina de escritores: Um manual para arte e ficção (Stephen Koch)
A Jornada do Escritor: Estrutura Mítica para Escritores (Christopher Vogler)
Story: substância, estrutura, estilo e os princípios da escrita de roteiro (Robert Mckee)
Manual do roteiro (Syd Field)
Jornalismo Literário: Tradição e Inovação (Monica Martinez)
Lembrem-se: não leia apenas obras teóricas. Romances, filmes, quadrinhos, jornais, enfim, também ajuda a entender mais a respeito da escrita; cada um têm suas peculiaridades, mas funcionam mesmo assim.
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